terça-feira, 19 de março de 2013

Em São José do Belmonte tem: "Pessoas extraordinárias".


Esta sessão do nosso blog é dedicada a homens e mulheres que a historiografia os tornaram usualmente desconhecidos de todos exceto de suas famílias, seus vizinhos e algumas instituições. Nosso objetivo é promover uma revisão do escrever História ressaltando a coletividade dos indivíduos onde esses seres humanos (homens e mulheres) são os principais atores da História e sua interatividade, maneira de pensar, agir, vão moldando a História.
(Adaptado do livro “Pessoas Extraordinárias de Eric Hobsbawm”.)


                O sonho dos sertanejos de serem reconhecidos e buscarem seu lugar na sociedade onde todos possam conviver em harmonia respeitando e valorizando suas múltiplas culturas, essa utopia vive um contexto novo com algumas mudanças e permanências históricas, a História e historiografia podem e deve ser diferente no quesito “inclusão”, fugindo de velhos paradigmas, como a eurocentrização e, mediante essa ideia falaremos de seu Delmiro Pereira de Barros, homem de origem humilde, mas de um coração e uma sensibilidade de um GRANDE SER HUMANO, que durante sua passagem pelo plano terreno cultivou o AMOR AO PRÓXIMO, E A PARTILHA, doando terrenos para pessoas necessitadas de sua época, Vale ressaltar que o Sr. Delmiro permitia que agricultores plantassem em suas terras, tornando-se seus rendeiros o que possibilitou que muitos pudessem ser aposentados como agricultores, ação continuada por seus herdeiros, colaborando assim para o povoamento e transformação socioeconômico do nosso município,  atitudes que dariam belas páginas de um livro, nos aproximando das “pessoas” e tornando mais prazerosa a leitura e o conhecimento da nossa História.

Criação da Vila Delmiro


Em 1970 o Senhor Delmiro Pereira de Barros veio de Salgueiro/PE já sendo dono da Fazenda Varzeota (popular Varjota) deste município de São José do Belmonte.

Aconteceu que em uma fazenda vizinha a Varzeota que abrangia terrenos urbanos desta cidade, naqueles tempos existia um grupo de mulheres solteiras que moravam em suas humildes casinhas, o proprietário achou por bem dar ordem de despejo às pobres mulheres. Então, elas não tendo direito de posse tiveram que desocupar o referido terreno. Elas muito aflitas, não tendo lugar para morar, se recorreram ao Sr. Delmiro pedindo apoio. O Sr. Delmiro com o seu coração de humanidade deu apoio àquelas pobres mulheres necessitadas de suas moradias. Vendo a má situação daquela gente, ele escolheu uma pequena área do seu terreno em frente de onde hoje é a pista que vai para o Ceará, em frente ao Posto Osmar Fonseca de Menezes. Liberou que elas fizessem suas barracas e ali ficaram muito tempo. Daí por diante as pessoas interessadas aforaram terrenos para construção e assim a Vila Delmiro cresceu.

Como se vê muitas coisas boas na Vila Delmiro, podemos testemunhar os prédios importantes como a Escola Marizinha Barros, Casa São Vicente de Paulo, Terminal Rodoviário, Fórum Judiciário, como também a Igreja de Nossa Senhora das Dores que é a paróquia da Vila Delmiro onde os fiéis fazem suas orações.

O terreno da igreja foi doado pelo Sr. Delmiro e seu filho Mariano Pereira de Barros. O começo da construção da capela foi pelo Sr. Chico das Carroças, pois ele mesmo era devoto de Nossa Senhora das Dores.

Como também se vê dois poços artesianos para abastecimento de água para a Vila. Também a Vila possui uma grande caixa de água, construída pelo Governo do Estado, para complemento de água para suas casas.

Você andando pela Vila vê muitas residências confortáveis, muitas ruas calçadas e bem iluminadas.

Podemos dizer que não sabemos o roteiro daquelas mulheres.

As famílias tomaram conta da Vila Delmiro que continua crescendo.

O Sr. Delmiro já não existe mais, mas deixou seu nome e sua marca para lembrança de todos. Ele era filho de Antônio Pereira de Barros (Antônio Caboclo) e Antônia Maria da Conceição. Nasceu em Salgueiro em 18 de outubro de 1900 e faleceu em São José do Belmonte em 14 de janeiro de 1986.

Vale ressaltar que o Sr. Delmiro permitia que agricultores plantassem em suas terras, tornando-se seus rendeiros. O que possibilitou que muitos pudessem ser aposentados como agricultores, ação continuada por seus herdeiros.


Informante: Luiz Pereira de Barros filho do Sr. Delmiro

Texto: Flaviano Callou e Pedro Barros

Um comentário:

  1. Realmente um grande homem.. Como dificilmente se vê hoje em dia!

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